Vista da Terra, a Via Láctea é apenas uma pequena nuvem de poeira que se espalha pelo céu nocturno. Esta faixa de luz, é uma pequena parte da nossa "cidade". Quando observamos a nossa galáxia, a olho nú, a partir do nosso planeta, vemo-la de lado. E apenas vemos, parte de um braço espiralado. Vista de cima, a Via Láctea assume a forma de um disco com braços em espiral.
Calcula-se que só nesta galáxia possam existir até 400 biliões de estrelas. O nosso Sol, é apenas mais um nesta vasta família. A sua localização fica a 2/3 do centro galáctico. A nossa estrela efectua uma órbita completa a cada 225 milhões de anos.
A uma velocidade de 250 km/s.
Tal como numa cidade, é no centro que a Via Láctea brilha mais, encoberto por gases e poeiras fervilhando em energia. Nós estamos a 30 mil anos luz desse centro e temos uma estrela comum, conhecida como estrela de meia idade, com tamanho médio que queima lentamente o seu stock de hidrogénio e o transforma em hélio, através da chamada fusão termonuclear.
Para termos uma ideia de distância, a luz reflectida pelo Sol, demora cerca de 8 minutos a chegar ao nosso planeta. A luz da estrela mais próxima da nossa a Próxima Centauro, leva 4 anos e 3 meses a chegar até nós (4,25 anos luz). O diâmetro da Via Láctea é de 100 mil anos luz e a sua espessura média é de 20 a 30 anos luz. E por sua vez a galáxia mais perto da nossa (Andrómeda) fica a cerca de 2 milhões e 900 mil anos luz.
Se entrássemos pelo Espaço a dentro, a uma velocidade astronomicamente, superior à da luz, veríamos que a constelação de Orion perderia a sua forma inicial, pois as suas estrelas estão separadas por algumas centenas de anos luz. E esta constelação é só para dar um exemplo, pois passar-se-ia o mesmo com qualquer outra. Embora a distância das estrelas, varie, de constelação para constelação.
As Plêiades estão a 380 anos luz mas na imensidão da nossa "cidade" (Via Láctea) ainda estamos perto do nosso "bairro" (Sistema Solar). Estas estrelas são tão jovens que ainda estão envoltas nos seus casulos, compostos por gás e poeira.
Mais perto ainda, estão as Yeides. Igualmente jovens mas, mais fracas e antigas. Elas distam de nós 150 anos luz. Vista da Terra, sem qualquer meio adicional, a Alfa Barram, parece fazer parte deste grupo de estrelas. Mas na realidade, esta gigante laranja, está a menos de metade da distância, em relação, às restantes estrelas que fazem parte desta constelação.
Sírio, a estrela mais brilhante, no céu nocturno, está a 9 anos luz. Ela faz parte da Cão Maior.
Duas mil vezes mais fraca que o Sol, temos uma anã vermelha que será o nosso companheiro galáctico daqui a 10 mil anos. O seu nome é Barnã.
Localizados na nebulosa da Águia, estão os Pilares da Criação, a 7 mil anos luz de nós. Foram observados pela primeira vez, em 1995 pelo telescópio espacial Hubble. Como o nome sugere, este local é o berçário das estrelas, é aqui que elas nascem. Os Pilares da Criação são nebulosas de emissão. Nuvens com centenas de anos luz de altura que são feitas de hidrogénio luminoso com veios de poeira escura. As estrelas começam a formar-se onde haja maior concentração de matéria. Apesar de ser uma das mais belas imagens que temos de uma parte do Universo e da nossa galáxia, o nascimento das estrelas é algo extremamente violento.
Paradoxalmente, estrelas maiores e maciças, com mais combustível para gastar, duram menos tempo que estrelas menores e com menos combustível. Estrelas como a nossa podem queimar o hidrogénio por uns longos 10 biliões de anos. Depois disso, o Sol ainda tem um longo caminho a percorrer, até morrer. Contudo, o seu processo de envelhecimento começará a notar-se, a partir daqui. Ao contrário, as estrelas maiores devoram ferozmente todo o seu hidrogénio, transformando-se numa super gigante vermelha, aumentando em centenas de vezes o seu tamanho original. Um bom exemplo é Antares. Esta estrela é tão grande e difusa que se esvai no Espaço. Envolta numa nuvem da sua própria matéria, provoca uma nebulosa de reflexão. Este tipo de estrela, muito mais volumosa que o Sol, dilata-se, à medida que o seu hidrogénio se esgota. Passam a consumir hélio e outros elementos e continuam sempre a crescer mas vão perdendo o equilíbrio, até que um dia, a mesma força que a criou, irá destruí-la.
A 700 anos luz da terra, está a nebulosa Hélix. A anã branca que está no seu centro, absorve energia e matéria de uma outra estrela próxima. Quando a matéria absorvida atinge uma massa crítica ela explode. Ambas as estrelas sobrevivem. E o processo repete-se. A nebulosa Hélix encontra-se na constelação do Aquário.
Nos arredores da Caranguejo, sobrevive um pulsar. Ele cintila duas vezes por cada segundo. Esta estranha e rara forma cósmica é uma relíquia extremamente densa que tem à sua volta um disco de gases estelares com jactos polares.
As elegantes nuvens do Lago do Cisne são outro vestígio de supernova. Para provocar tal evento, uma estrela necessita, oito vezes mais massa doque o Sol. Só as super estrelas chegam a supernovas.
Com cem vezes a massa da nossa estrela, a Etna Carinae, pode ser a próxima a explodir. Quando isso acontecer, o núcleo sofrerá um colapso para lá da fase do pulsar. Será tão denso que formará um buraco negro. E nada escapará ao seu terrível campo gravictacional. Nem mesmo, a própria luz.
A Via Láctea faz parte do grupo local. É uma galáxia semelhante a tantas outras espalhadas pelo Universo, onde o nascimento, a Vida e a morte de estrelas, foram os factores essenciais da nossa própria existência!