A Vida neste planeta é tão complexa que muitos acham que tudo o que vemos tem a assinatura de um criador. A assinatura de Deus. Outros acham que essa mesma Vida não necessita do Criador porque a Vida evolui através da selecção natural. Ambos apresentam argumentos bastante fortes e credíveis. Embora aqueles que defendem a Criação têm por base a Fé, os que defendem a evolução têm por base a dúvida. Para que a teoria da evolução esteja correcta, temos de analisar os fundamentos essenciais: a Vida é muito antiga. Todos os seres vivos descendem de um antepassado comum. E toda a Vida é impulsionada pela selecção natural.
De facto, a Vida é bastante antiga. Pode-se dizer que ela começou ao nível simples e pequeno. O nível molecular. Mas mesmo a Vida propriamente dita, aquela que nos é mostrada pelos primeiros seres unicelulares também é datada de 1 bilião de anos atrás. E todos eles descendem da molécula do ADN. Essas criaturas desenvolveram-se e criaram novas espécies, melhor adaptadas ao mundo envolvente. Sendo que, e como acontece hoje, os animais e plantas que fazem parte das mais variadas espécies, morrem jovens sem que se consigam reproduzir. Assim sendo, aqueles que conseguem reproduzir-se, passam os seus génes que são copiados com pequenos erros, através das enzimas. Esses erros são chamados de mutações genéticas. Essa cópia é recombinada numa nova espiral de ADN. Sendo passada desta forma, uma nova informação genética. Foi através destas passagens de informação que os peixes ganharam membros, e os répteis ganharam asas. E tudo isto está devidamente documentado através dos registos fósseis e de experiências científicas.
Quando Charles Darwin publicou o seu livro "As Origens das Espécies" não podia afirmar de modo categórico que estava certo. Acredito que ele também tivesse muitas dúvidas naquilo que estava a descobrir. Pois Darwin também era um homem que acreditava em Deus, ou não fosse ele mestrado em teologia. Com o passar do tempo, a sua teoria foi ganhando mais fundamentos até que decidiu publicá-la. Parto do príncipio que ao tornar pública a sua teoria ele também confiou na Fé, pois a sua teoria só foi devidamente comprovada no início deste século, com a descoberta de fósseis que fizeram a transição entre peixes e reptéis, e reptéis e aves. Portanto não acho nada estranho que a dúvida e a Fé andem de mãos dadas.
Um outro bom exemplo de Fé na ciência, senão o maior (do meu ponto de vista) é-nos mostrado por Albert Einstein. Ao públicar, em 1905 a sua teoria da relatividade restrita, Einstein deu-nos a conhecer uma nova forma para vermos a Física. Ao afirmar matematicamente, pela famosa equação E=mc2 que energia e matéria, são as duas faces da mesma moeda, ele revolucionou por completo o mundo da ciência. E essa equação tanto pode ser de criação como de destruição. Tanto pode dar para fazer o Bem, como o mal. Ele deu-nos uma nova percepção para vermos o tempo e o espaço. Antes de Einstein pensava-se que a velocidade do tempo era sempre a mesma. O que ele mostrou pela sua teoria foi que o tempo torna-se mais lento quanto maior for a velocidade de um objecto. Em 1915 deu-nos a conhecer um Universo previsível, onde o tecido do espaço e tempo se curvam provocando a gravidade. Provou desta forma que o Universo plano definido por Isaac Newton estava errado mas que mesmo assim, as suas leis continuavam válidas dentro deste planeta.
Ironicamente, estas suas teorias também deram origem a um novo tipo de Física. A mecânica quântica. Esta Física não ia contra as suas próprias teorias, mas sim, contra as suas convicções pessoais. Pode parecer estranho mas ao nível subatómico não há previsões de onde as partículas que compõem os átomos, possam estar num determinado momento. Mais estranho ainda é verificado quando existe um observador... Por tudo isto, e não querendo aprofundar este tema, quem estuda esta ciência recorre-se das probabilidades. E foi a combater a mecânica quântica que Einstein passou os seus últimos trinta anos de Vida. Até ao seu último dia, até ao seu último suspiro. Tentou através da força que faz unir os átomos, o electromagnetismo, elaborar uma teoria que unificasse estes dois Universos: o galático e o subatómico. Publicou a sua teoria em 1929 à qual lhe deu o nome de "teoria de tudo". Só que esta sua teoria ia contra a sua teoria da relatividade. Descobriu, ele mesmo que estava errado mas nunca desistiu de criar uma teoria que fosse válida. E que fosse previsivel nos dois Universos acima mencionados.
Acredito, tal como a grande maioria das pessoas, que a figura de Deus concebida por Einstein, fosse de um Ser que criou tudo de forma previsivel para que nós conseguissemos ler a Sua mente. Por essa razão, ele não aceitava a mecânica quântica devido à sua impervisibilide.
Hoje em dia, a teoria que melhor se encaixa, para descrever o Universo cosmológico e o subatómico é a teoria das cordas. Com as suas formulas conclusivas, esta teoria que está muito bem estruturada a nível da matemática, vem atraindo cada vez mais cientistas.
Se conseguissemos observar a menor parte da matéria que compõem os átomos, encontrariamos pequenas cordas de energia que vibram para formar todo o tipo de matéria existente no Universo. Tal como as cordas de um violino que vibram para formar os diferentes tipos de som, assim vibram essas cordas de energia, para formarem objectos e forças. Esta teoria também nos diz que se pegassemos numa pequeníssima parte do Universo, descobririamos dimensões ocultas que a nossa percepção não consegue observar. Sendo essas dimensões que controlam o modo de como as forças elementares actuam, controlam ainda as propriedades da matéria e energia, e que fazem vibrar as referidas cordas, cada uma, de jeitos diferentes.
A teoria das cordas já teve cinco versões diferentes, cada uma das quais com as suas formas próprias e ideias. Edward Witten mostrou a solução e não só unificou essa teoria como talvez tenha unificado a teoria das cordas com a teoria da relatividade. Witten deu o nome de a teoria M, conseguindo assim unificar o tempo e espaço da mecânica quântica com o Uninerso relativista de Einstein. A teoria M revelou-nos um Universo ainda mais estranho com branas, sparticles, e os famosos Universos paralelos. E ainda, a partícula mensageira da força da gravidade: o gráviton. Esta partícula ainda não foi descoberta. Crê-se que será possivel descobri-la com os novos acelaradores de partículas. Se conseguirem colidir certeiramente dois átomos de hidrogénio puro essa pequena partícula, poderá ser fotografada e a teoria das cordas poder-se-á transformar na teoria de tudo.
O meio científico acha que há uma enorme coincidência deste planeta ter desenvolvido Vida inteligente que está em constante desenvolvimento consciente. Essa coincidência é da ordem da probabilidade supra mencionada. Era como se eu achasse, todas as semanas, o bilhete premiado do Euromilhões, durante os próximos 120 anos. Por tudo isto, eu digo, que não pode haver ciência se não tivermos Fé, nem que seja apenas em nós mesmos. E não é possivel haver Fé se não tivermos dúvidas. Até mesmo em Deus!